Confira parte da entrevista realizada pela revista CRC com o auditor de controle externo do TCE/PE João Eudes Bezerra Filho.
Quais são os desafios para os
profissionais da contabilidade
no processo de convergência das
novas normas da Contabilidade
Pública?
O processo de convergência contábil
do setor público brasileiro vem se
constituindo desde o ano de 2010,
ocasião que foram publicadas, pelo
CFC, as primeiras Normas Brasileiras
de Contabilidade aplicadas ao Setor
Público, adicionalmente juntou o
Manual de Contabilidade Aplicado
ao Setor Público, publicado pela STN.
A partir daí houve a necessidade
de reaprendizagem, por parte dos
contabilistas, das novas mudanças
e consequente aplicação em suas
plataformas de trabalho. Os desafios
são grandes, pois a aplicação das
normas não dependem apenas do
alcance dos contabilistas, dependem,
principalmente, da integração dos
gestores dos diversos segmentos
do órgão público à contabilidade, a
exemplo de setores como de pessoal,
almoxarifado, patrimonial, gestão
de contratos etc. Então, além do
conhecimento, os profissionais da
contabilidade pública precisam estar
inseridos no ambiente administrativo
que esteja imergido no contexto
das exigências das novas normas. Se
isto não acontecer, as dificuldades e
obstáculos serão bem maiores.
Numa pesquisa que você fez foi
possível avaliar como está sendo
recebida essa grande mudança de
cultura?
Sim, foi possível, pelo menos
preliminarmente observar-se que
os contabilistas têm tido uma boa
performance quanto à forma de
elaboração das novas demonstrações
contábeis, porém tem deixado muito a
desejar quando se refere à consistência
das informações apresentadas nas
demonstrações e qualidade das
informações. Para se ter uma ideia
são poucos os municípios brasileiros
que apresentam, em suas prestações
de contas, notas explicativas às
demonstrações contábeis.
Isso é grave, pois, são nessas
notas, que devem estar
descritos aos usuários da
informação o contexto dos
números apresentados
nos balanços, a exemplo
de políticas contábeis
adotadas, mudanças de
critérios adotados nas
classificações de ativos
e passivos, indicadores econômicos,
orçamentários e financeiros, etc.
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